Ui, que hoje estou cansada. Escorrego cadeira abaixo e levo o teclado atrás, as minhas pernas parecem cabelos e a minha cabeça está a pensar muuuito d e v a g a r i n h o .
Também não ajuda ser segunda-feira, mas hoje esse é só o pretexto.
Hoje soube de mais uma miúda, como eu, que foi obrigada a juntar-se à equipa. Parece que afinal somos cogumelos e não paramos de aparecer. É doloroso imaginá-la a entrar, à força, nesta caixa de fósforos onde viemos parar, provavelmente com o mesmo gesto pasmo com que eu própria entrei – a grande EM, como uma grande explosão estatelada bem no meio do peito. Depois, os outros pormenores maliciosos, um atrás do outro: as injecções, as dúvidas, as dormências, e o tempo que passa mas não resolve grande coisa.
Contar, não contar? Contar a quem? Abrir o jogo e sujeitar-se à esparvoeira alheia ou fechar o jogo porque ninguém tem nada a ver com isso? Espernear e gritar por socorro, sim, desafogar, desafogar, desafogar, sem dúvida, mas a custo de que sanidade mental? Relativizar os outros problemas, desdramatizar, pisar outro chão, claro, mas até onde mudam as coisas?
(Ui, que hoje estou cansada e os meus cabelos parecem pernas pesadas.)
Imagino que venhas a ler isto. Olha... É o que é. E é uma grande chatice. Mas dá para continuar gozar tremendamente todas as outras coisas. Porque é preciso, e o que tem de ser tem muita força. No fundo, é tudo uma questão de descaramento.
Hoje as minhas palavras também estão moles, portanto, sirvo-me das da Elis Regina
É o som, é a cor, é o suor
É a dose mais forte e lenta
De uma gente que ri quando deve chorar
E não vive, apenas aguenta
Mas é preciso ter força
É preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria
Mistura a dor e a alegria
Mas é preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida
5 comentários:
Pois é amiga, "amolata", mas não mata :)
Parabéns por teres criado este espaço, é muito bom partilhar contigo esta viagem, para nenhures.
Pedi emprestado este verso
ao António Machado: "Caminante, no hay camino. Se hace camino al andar."
É um privilégio partilhá-lo contigo. Beijo
Alguém escreveu um dia num célebre "Livro de Actas" que "a agente não faz amigos, reconhece-os".Pois bem, você tem aqui muitos amigos a reconhecê-la e a admirá-la. Eu incluído... HJSL
o comentário anterior tem um pequeno erro: não é "agente" mas sim "gente". Sorry !
Aconselho todos a ouvirem o toquinho - Aquarela.
Têm tudo a ver aqueles k como eu vivem 24h por dia com essa Estupida de Merda abreviada por EM.... lol...
http://www.youtube.com/watch?v=UjRwuGsugdE
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